O publicitário Eduardo Felipe Paulino Pinto, de 30 anos, natural de Congonhas, embarcou no último dia 10 de setembro rumo a Londres para iniciar o curso de mestrado em Marketing Management na University of Westminster. Ele conquistou uma bolsa integral do programa Chevening, iniciativa do governo britânico que seleciona lideranças de diferentes países. Eduardo foi um dos 36 brasileiros escolhidos entre mais de 100 mil candidatos de todo o mundo.
Filho da escola pública, Eduardo construiu sua base educacional em instituições municipais de Congonhas. Estudou a antiga quarta série na Escola Municipal de Santa Quitéria, seguiu para a Escola Municipal Fortunata de Freitas Junqueira e concluiu o ensino médio no Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), onde também se formou como técnico em mineração.
Apesar do vínculo inicial com a área de Exatas, ele sempre se identificou com Humanas. Essa inclinação o levou à graduação em Publicidade e Propaganda pela PUC Minas, em Belo Horizonte, com bolsa integral do ProUni.
Eduardo lembra de professores que marcaram sua formação e projetos que despertaram seu senso crítico desde cedo. “Nunca esqueço da minha primeira professora, Shirlene, que me ensinou a ler e escrever. Também tive professores no IFMG que me incentivaram muito a não parar de estudar. Foi lá que participei de um projeto de iniciação científica sobre os impactos da mineração em Congonhas, o que fortaleceu meu olhar humanizado e coletivo”, recorda.
Experiência no mercado
No currículo, o jovem acumula experiências em grandes projetos. No setor de Marketing da TV Globo, participou da criação de campanhas 360º para novelas e programas de alcance nacional, como Vai na Fé (2023), Vale Tudo (2025), The Voice e The Masked Singer Brasil. Uma das ações de maior repercussão foi levar o personagem Lui Lorenzo, interpretado por José Loreto, para cantar ao lado de Ivete Sangalo no Carnaval de Salvador, promovendo a novela Vai na Fé.
Oito anos de persistência
O sonho de estudar fora começou ainda na infância e ganhou força em 2017, quando Eduardo visitou Londres pela primeira vez. Foram várias tentativas até a aprovação, conquistada apenas em 2025, após oito anos de insistência. Além da bolsa do Chevening, ele recebeu apoio financeiro da Fundação Lemann, que acreditou em seu projeto acadêmico.
A conquista, segundo ele, não é apenas individual. “Sou o primeiro da minha família a conhecer o exterior e o segundo a me graduar. Esse momento é de celebração para mim, para minha mãe, Rute, que acabou de me deixar no aeroporto, e para todos que me apoiaram. Ninguém sonha sozinho”.
Mensagem aos estudantes
Eduardo faz questão de direcionar sua vitória aos jovens que, como ele, vêm da rede pública. “Sonhar é bom, mas o mais importante é realizar. Se joguem nos estudos, valorizem seus professores, busquem oportunidades. O mundo está cheio delas, mas é preciso correr atrás e acreditar. Eu demorei oito anos para conquistar essa bolsa, então tudo é possível”, afirma.
Planos para o futuro
De olho nos próximos passos, Eduardo já planeja validar o diploma no Brasil, cursar doutorado e lecionar em universidades. Também pretende desenvolver projetos que unam comunicação, diversidade e impacto social. “A comunicação responsável e de qualidade é um pilar fundamental para a sociedade e para a democracia. Quero fazer parte de iniciativas que incentivem boas ideias e ampliem discussões que façam diferença na vida das pessoas”.
Fonte: Prefeitura de Congonhas


