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Ministério Público processa prefeito em MG por compra de caminhonete de luxo com dinheiro público

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ajuizou uma Ação Civil Pública contra o município de Alto Rio Doce, na região do Campo das Vertentes, e contra o prefeito da cidade pela compra de uma caminhonete de luxo para uso exclusivo do chefe do Executivo.

Ministério Público processa prefeito em MG por compra de caminhonete de luxo com dinheiro público
Ford Ranger foi adquirida com recursos municipais em processo considerado irregular — Crédito: Divulgação/MPMG

A ação inclui ainda a empresa vendedora, sediada em Ipatinga, responsável pela comercialização de uma Ford Ranger ao município, no valor de R$ 350 mil.

Segundo a Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Alto Rio Doce, o processo licitatório foi direcionado para a compra de um modelo específico de veículo de luxo, em desacordo com o artigo 20 da Lei 14.133/2021, que proíbe expressamente a aquisição de bens dessa natureza pela Administração Pública.

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De acordo com o Ministério Público, tanto a legislação estadual quanto a municipal classificam como de luxo os bens que extrapolam o necessário ao serviço público, possuindo características de ostentação e requinte.

O promotor de Justiça Vinícius de Souza Chaves questiona, na ação, a real necessidade da aquisição:

“Ora, uma vez que existentes tantos outros veículos no mercado que pudessem atender as reais necessidades de um veículo com utilização em estradas de terra e vicinais, qual a necessidade de adquirir um automóvel com atributos como motor de 250 cavalos e seis cilindros, além de acessórios como bancos sofisticados, sensores de faixa, retrovisores com sensores de aproximação, entre outros, especialmente quando a população, de forma paradoxal, é transportada para os municípios pactuados na área da saúde em veículos muito mais simples e, muitas vezes, sem o menor conforto e dignidade?”

Estacionamento exclusivo

Sinalização de estacionamento exclusivo para o Executivo — Crédito: Divulgação/MPMG

Após a entrega do veículo, o prefeito determinou a instalação de uma placa de sinalização em praça pública, indicando estacionamento privativo para o uso do Executivo. Para o promotor, a atitude fere os princípios republicanos e reforça o caráter de exclusividade atribuído ao automóvel.

Pedido do Ministério Público

Na ação, o MPMG solicita a concessão de tutela de urgência para o sequestro da caminhonete, com a empresa vendedora nomeada como fiel depositária, ficando responsável por manter o veículo em local adequado e sem uso até decisão definitiva.

O órgão pede ainda a realização de uma avaliação judicial, com registro fotográfico e verificação da quilometragem e do estado do automóvel.

Ao final, o Ministério Público requer a nulidade do contrato administrativo e da licitação, com efeitos retroativos. Caso a restituição do veículo à empresa não seja possível, pede a condenação do prefeito para ressarcimento ao erário e indenização à empresa envolvida.

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