A Samarco concluiu o repasse de R$ 278 milhões para instituições de pesquisa responsáveis pelo monitoramento da biodiversidade aquática da Bacia do Rio Doce, abrangendo também os ambientes costeiros e marinhos. Os recursos financiarão as ações de campo e análise científica pelos próximos 18 meses, em um esforço de acompanhamento ambiental iniciado em 2018.

Em Minas Gerais, a coordenação é da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), que administra seis projetos independentes conduzidos por equipes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), com a participação de 28 instituições parceiras.
No Espírito Santo, o monitoramento é gerenciado pela Fundação Espírito-Santense de Tecnologia (FEST) e pela Fundação Tamar. A FEST coordena projetos da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e de outras 34 instituições científicas, enquanto a Tamar atua exclusivamente no acompanhamento das tartarugas marinhas.
Segundo a gerente técnica ambiental da área de reparação da Samarco, Brígida Maioli, o monitoramento é essencial para compreender a recomposição dos ecossistemas afetados.
“Monitorar a biodiversidade aquática da Bacia do Rio Doce é uma etapa importante para entendermos a vida da fauna nos ambientes dulcícolas, estuarinos, costeiros e marinhos. Isso permite definir ações voltadas à preservação das espécies e à recuperação dos ecossistemas”, afirmou.
O investimento é uma das obrigações de execução previstas no Acordo de Repactuação do Rio Doce, firmado após o rompimento da barragem de Fundão, em 2015. O documento prevê a destinação de recursos para projetos ambientais, sociais e econômicos voltados à reparação dos danos causados pelo desastre.
Ações complementares
Além do monitoramento aquático, o novo acordo estabelece que a Samarco execute, por um período de transição de 18 meses, planos de recuperação da biodiversidade terrestre e aquática. Após essa fase, a continuidade dos programas ficará sob responsabilidade do Poder Público, com financiamento garantido pelos recursos do próprio acordo.
Em outra frente, a empresa realizou repasses adicionais de R$ 250 milhões destinados a ações de conservação da fauna terrestre e marinha. Esse valor foi destinado ao Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), responsável por apoiar programas como os Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) e a Unidade de Conservação Marinha Refúgio da Vida Silvestre de Santa Cruz, no Espírito Santo.
O Funbio atua como parceiro técnico e financeiro de órgãos públicos e privados, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), para garantir a sustentabilidade das ações de conservação em longo prazo.
Os estudos financiados buscam ampliar o conhecimento sobre as condições ecológicas da bacia e orientar políticas públicas voltadas à recomposição ambiental de um dos territórios mais impactados do país.
Mais informações sobre o Acordo do Rio Doce e as iniciativas de monitoramento podem ser consultadas no site oficial da empresa: www.samarco.com/reparacao.