O Brasil está cada vez mais próximo de ter uma vacina 100% nacional contra a dengue. O Instituto Butantan aguarda a aprovação da Anvisa até o fim de 2025 para iniciar a produção do novo imunizante, que deve ser incorporado à rede pública de saúde já em 2026.
O produto foi desenvolvido para proteger pessoas de 2 a 59 anos e tem como principal diferencial a dose única, uma vantagem em relação à vacina atualmente usada pelo SUS, que exige duas aplicações. A formulação é resultado de anos de pesquisa científica e busca oferecer ao país autonomia tecnológica na prevenção da doença.
De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a parceria entre o Butantan e a empresa chinesa WuXi Biologics garantirá a fabricação inicial das doses, com base em tecnologia brasileira. Pesquisadores do instituto paulista acompanharam o processo de transferência e capacitaram técnicos estrangeiros. A expectativa é que a produção comece com 40 milhões de doses em 2026, quantidade menor que a previsão inicial de 60 milhões, mas suficiente para o início da distribuição pública.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a vacina da farmacêutica japonesa Takeda, aplicada em duas doses e recomendada para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Desde o início da campanha, foram aplicadas 7,9 milhões de doses, somando primeiras e segundas aplicações.
O governo federal pretende manter a compra do imunizante japonês até que o produto nacional esteja disponível, garantindo a continuidade da imunização. Ainda não há definição sobre quais grupos etários serão priorizados no Programa Nacional de Imunizações (PNI) quando a nova vacina for incorporada.
O avanço do projeto do Butantan representa um passo importante no enfrentamento da dengue, doença que vem registrando aumento de casos em todo o país nos últimos anos. Com a vacina nacional, o Brasil se posiciona entre os poucos países capazes de produzir internamente um imunizante contra o vírus, reduzindo custos e fortalecendo sua soberania científica e sanitária.












