A Prefeitura de Mariana e o escritório internacional Pogust Goodhead promoverão, na terça-feira, 25 de novembro, uma reunião com moradores atingidos pelo rompimento da Barragem de Fundão. O encontro ocorre poucos dias depois da decisão do Tribunal Superior de Londres, que responsabilizou a BHP pelo colapso ocorrido em 2015.
O objetivo da atividade é esclarecer dúvidas sobre o andamento da ação judicial que tramita no Reino Unido e apresentar informações sobre a fase que se inicia após o reconhecimento da culpa da mineradora. A reunião, aberta a clientes e demais atingidos que participam do processo, está marcada para as 16h, na Arena Mariana, na Rua São Vicente de Paulo.
Decisão do tribunal britânico
A sentença, publicada em 14 de novembro, afirma que a BHP, uma das controladoras da Samarco, falhou na prevenção do desastre e deve responder pelos danos sofridos por centenas de milhares de pessoas em Minas Gerais e no Espírito Santo. A ação na Inglaterra reúne cerca de 600 mil demandantes, entre indivíduos, empresas, municípios, igrejas e comunidades tradicionais.
No documento, a juíza Finola O’Farrell concluiu que a barragem apresentava riscos conhecidos antes do rompimento e que havia sinais claros de instabilidade desde, pelo menos, agosto de 2014. A decisão aponta negligência, imprudência ou imperícia da mineradora e cita a existência de evidências consideráveis que indicavam a possibilidade de liquefação e ruptura da estrutura.
O tribunal confirmou ainda que todos os autores do caso ingressaram na ação dentro do prazo legal e que 31 municípios brasileiros têm legitimidade para seguir no processo em Londres.
Próximas etapas
Com a definição da responsabilidade, o processo avança para a fase de avaliação dos danos. Uma audiência de gerenciamento foi marcada para os dias 17 e 18 de dezembro de 2025. O julgamento da fase seguinte, que definirá a extensão dos danos e os valores de indenização, está previsto para outubro de 2026.


