O Cruzeiro estará certo se permanecer com Adilson Batista?

Maicon Costa
5 MIN DE LEITURA

Após a confirmação da inédita queda à Série B, chegou a hora do time celeste começar a planejar sua reformulação. Sendo assim, um dos pilares dessa nova fase é o cargo de técnico da equipe. Aparentemente, o nome de Adilson Batista, que comandou o clube nos três jogos finais da competição nacional, continuará na Raposa em 2020. Porém, a escolha por ele é mais correta que a cúpula cruzeirense pode fazer?

Por isso, o Mais Minas decidiu fazer um balanço da carreira do treinador e reunir pontos positivos e negativos do que ele pode oferecer ao clube.

Aspectos desfavoráveis

Carreira decepcionante

Desde que deixou o Cruzeiro, em 2010, após belas temporadas, Adilson nunca mais emplacou um bom trabalho, e oportunidades não faltaram. No período, o comandante esteve, por exemplo, nos bons times do Corinthians de Ronaldo Fenômeno e o Santos de Neymar que, inclusive, se sagrou campeão da Libertadores de 2011, depois da saída de Adilson Batista. Além disso, passou por São Paulo e Vasco. Todavia, as passagens não foram nada positivas. Além disso, Batista é recordista em rebaixamentos. Ao todo, foram sete participações em campanhas que culminaram no descenso à segunda divisão.

O Cruzeiro estará certo se permanecer com Adílson Batista?
Mesmo contando com estrelas como Neymar, Adilson Batista não conseguiu emplacar bom trabalho no Peixe – Créditos da foto: Ricardo Saibun/Santos

Más escolhas nos jogos finais de 2019

Que o técnico chegou quando o Cruzeiro já estava praticamente rebaixado, é fato. Contudo, o time não esboçou nem um sinal de melhora nos jogos comandados por Adilson. Muito pelo contrário, o treinador fez diversas escolhas, no mínimo, ruins. Como, por exemplo, colocar Ezequiel contra o Grêmio e queimar, aos 11 minutos da segunda etapa, as três substituições. Após isso, a equipe celeste perdeu Robinho, lesionado, e ficou com um a menos por mais 40 minutos. Na ocasião, o Cruzeiro tomou 2 a 0 e foi derrotado.

Outros nomes

Apesar da crise financeira do mercado escasso, talvez a criatividade fosse a melhor saída. Desempregados, Thiago Larghi, que fez bom trabalho no rival Atlético Mineiro, em 2018, e Eduardo Barroca, que subiu com o Atlético Goianiense nesta temporada, poderiam ser boas opções. Além de jovens, os dois possuem ideias modernas no tocante ao estilo de jogo. Ademais, Barroca tem excelente tato com a categoria de base e jogadores jovens. Afinal, fez ótimas passagens nas divisões inferiores de Botafogo e Corinthians.

Em outra prateleira, técnicos empregados também poderiam ser apostas interessantes, mas distantes. É o caso de Felipe Conceição, que vem de exímia Série B com o América, na última edição. Outra menção atrativa é Roger Machado, que participou da boa campanha do Bahia no último Brasileirão. Porém, o segundo nome é bem mais complicado.

O Cruzeiro estará certo se permanecer com Adílson Batista?
Jovens treinadores se destacaram nos últimos anos – Créditos da foto: Bruno Cantini/Atlético (Larghi); Atlético Goianiense (Barroca); Mourão Panda/América (Conceição); Felipe Oliveira/Bahia (Machado)

Aspectos favoráveis

Baixo salário e consciência do mau momento

Adilson Batista tem a clara noção da crise financeira que atravessa o Cruzeiro. Além do pequeno custo salarial, não teria problemas em trabalhar com um elenco modesto e de baixo porte monetário.

Confiança da diretoria e amor ao clube

Com uma bonita história como jogador e treinador, Adilson desenvolveu uma belíssima identificação com a Raposa. Prova disso foi sua chegada na segunda passagem, onde o profissional aceitou de prontidão o convite de Perrella, sem mesmo discutir salário e tempo de contrato.

Continuando nessa área, outro fator é a boa relação com Zezé Perrella, que declarou, na coletiva, ter em Adílson um amigo e um irmão. O dirigente deve ser o principal líder do Cruzeiro nos bastidores no período de reconstrução.

Uma escolha que clama por delicadeza e tato

Se for confirmada sua permanência, Batista terá uma árdua missão pela frente. É fato que uma decisão dessa magnitude deveria ser algo mais estudado e conversado. Afinal, o futuro do Cruzeiro passa, diretamente, por 2020, e a seleção de um bom técnico é uma das mais importantes atitudes da temporada.

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Maic Costa nasceu em Ipatinga, mas se radicou na Região dos Inconfidentes mineiros. Formado em Jornalismo na UFOP, em 2019, passou por Estado de Minas, Superesportes, Esporte News Mundo, Food Service News e Mais Minas. Atualmente, é setorista do Cruzeiro na Trivela.