O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) aparece como o favorito na disputa pelo governo de Minas Gerais em 2026, segundo a nova pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, divulgada nesta terça-feira, 8 de outubro.
O levantamento foi realizado entre os dias 1º e 5 de outubro de 2025, com 1.505 eleitores em 68 municípios mineiros, e apresenta margem de erro de 2,6 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
Cleitinho lidera com folga
No cenário principal para o Executivo estadual, Cleitinho registra 40,6% das intenções de voto, abrindo ampla vantagem sobre os adversários e configurando a possibilidade de vitória no primeiro turno, caso as eleições fossem hoje. Em seguida aparecem Alexandre Kalil (PSD) com 13,5%, Rodrigo Pacheco (PSD) com 13%, Marília Campos (PT) com 10,6% e Mateus Simões (Novo) com 5,9%. Indecisos, brancos e nulos somam 16,3%.
O desempenho do senador é mais expressivo entre homens (50,6%) e eleitores de 35 a 59 anos, faixa em que ele atinge 49% das preferências. Entre os entrevistados que afirmaram ter participado de celebrações religiosas nos dez dias anteriores à pesquisa, 44,8% disseram votar em Cleitinho, contra 36% entre os que não participaram.
Cenários alternativos e desempenho de Kalil
Sem a presença de Cleitinho na disputa, o cenário se fragmenta. Kalil passa a liderar com 19,1%, seguido de Rodrigo Pacheco (17%), Marília Campos (15%) e Mateus Simões (12,2%). Já em outro quadro testado, com a inclusão de Aécio Neves (PSDB), o ex-governador aparece com 21,4%, tecnicamente empatado com Kalil (17,8%) e à frente de Marília Campos (14,7%).
O resultado confirma o avanço das figuras de direita e centro-direita em Minas, com Cleitinho e Kalil polarizando segmentos distintos do eleitorado mineiro, enquanto o PT de Marília Campos e o Novo de Mateus Simões aparecem com desempenhos mais discretos.
Avaliação do governo Zema
A pesquisa também avaliou a gestão do governador Romeu Zema (Novo), que encerrará seu segundo mandato em 2026. Segundo os dados, 63,6% dos mineiros aprovam o governo, enquanto 32,2% desaprovam e 4,3% não souberam responder. O índice é levemente inferior ao registrado em abril, quando a aprovação era de 64,6%.
A boa avaliação do governo Zema reflete, segundo o Paraná Pesquisas, maior satisfação entre o público masculino e entre eleitores com ensino superior. O levantamento também apontou que o governador mantém influência significativa sobre o eleitorado do interior, fator que pode favorecer aliados em eventuais alianças estaduais.
Corrida para o Senado
Na disputa pelo Senado, o cenário é mais pulverizado. No quadro espontâneo, Cleitinho aparece novamente como o nome mais lembrado (2,9%), seguido por Nikolas Ferreira (2,6%) e Romeu Zema (2%). A maioria dos entrevistados (81,1%) ainda não definiu voto.
Nos cenários estimulados — em que os eleitores escolhem dois nomes, já que duas vagas estarão em disputa em 2026 — o ex-governador Aécio Neves (27,6%) lidera, seguido de Carlos Viana (24,9%) e Maurício do Vôlei (16,8%). Outros nomes como Duda Salabert, Marcelo Aro e Rogério Correia aparecem em patamares próximos, indicando uma eleição mais equilibrada e fragmentada para o Senado do que para o governo estadual.
Contexto político e leitura do cenário
Os resultados consolidam Cleitinho como o principal nome da direita mineira e indicam fragilidade das forças tradicionais que dominaram o estado nas últimas décadas. A combinação entre discurso popular, presença digital e retórica antiestablishment sustenta sua vantagem, enquanto adversários tradicionais enfrentam resistência entre eleitores de perfil conservador.
O levantamento também mostra que a disputa presidencial influencia a política estadual. O Paraná Pesquisas identificou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém 45,2% de aprovação em Minas, contra 51,8% de desaprovação, reforçando a divisão ideológica do eleitorado.
Com o fim do segundo mandato de Zema, e a ausência de um nome claro de sucessão no Novo, Cleitinho desponta como principal herdeiro do campo conservador mineiro, enquanto Kalil e Marília Campos dividem o espaço progressista e Pacheco tenta reposicionar-se como alternativa de centro.