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Estudo da UFMG mapeia 146 prédios de Ouro Preto e identifica riscos de incêndio

Estudo da UFMG mapeia 146 prédios de Ouro Preto e identifica alto risco de incêndio
Diagnóstico utilizou metodologia inédita desenvolvida pela Escola de Arquitetura da UFMG — Crédito: Pedro Vilela/MTur

Uma pesquisa conduzida pela Escola de Arquitetura da UFMG aponta que a maior parte dos imóveis históricos de Ouro Preto apresenta risco médio ou alto de incêndio. O diagnóstico foi feito por meio do projeto “Avaliação de risco de incêndio em sítios históricos mineiros”, que mapeou 146 edificações do município.

Crédito: Acervo do Projeto

De acordo com o coordenador do estudo, professor Paulo Gustavo von Krüger, o levantamento mostra um crescimento expressivo de desastres envolvendo o patrimônio cultural.

“Até o fim do século 20, a gente tinha um desastre por década. De 2011 a 2020, a média passou para um por ano. De 2021 para cá, o número ficou fora de controle”, afirma.

Como foi feita a avaliação

A equipe aplicou uma metodologia inédita, desenvolvida na UFMG, que combina três técnicas: Método Chichorro, Análise Global e Arica. O cruzamento dos resultados permitiu classificar os imóveis em diferentes níveis de risco: alto, médio-alto, médio-baixo ou seguro.

Segundo Krüger, a sobreposição dos métodos amplia a precisão da análise. “Com isso, conseguimos expor uma série de problemas e identificar quais edificações necessitam de intervenção urgente”, explicou.

Em Ouro Preto, quase todos os imóveis avaliados apresentaram falhas em pelo menos um dos critérios. Os mapas elaborados revelaram que a maioria está em situação de risco médio ou alto.

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Medidas propostas

Com base nos resultados, os pesquisadores sugerem intervenções como:

  • adequações nas instalações elétricas;
  • elaboração de planos de emergência;
  • obras de reforço físico em prédios vulneráveis;
  • campanhas de educação patrimonial voltadas para prevenção.

O projeto também utilizou Geodesign colaborativo, reunindo especialistas para discutir soluções conjuntas e de baixo custo, consideradas de grande impacto preventivo.

Além de Ouro Preto

Embora o estudo tenha se concentrado no município, a equipe da UFMG alerta que a realidade pode ser ainda mais crítica em cidades menores de Minas Gerais, especialmente as que não contam com unidades do Corpo de Bombeiros. “Esses levantamentos fornecem subsídios valiosos para que o poder público organize prioridades e defina onde a atuação deve ser imediata”, destacou Krüger.

O trabalho foi financiado pela Fapemig e gerenciado pela Fundação Christiano Ottoni, com apoio do ELO UFMG.

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