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Após 22 anos, mina da Vale é reativada em Ouro Preto

Após 22 anos, mina da Vale é reativada em Ouro Preto
Foram investidos cerca de R$ 5,2 bilhões na reativação de Capanema, que vai operar a seco, sem gerar rejeito e sem barragem — Crédito: Vale

A mina Capanema, localizada em Ouro Preto (MG), voltou a operar após mais de duas décadas de paralisação. A reabertura foi marcada por cerimônia nesta quinta-feira (4), com a presença do governador Romeu Zema e executivos da Vale.

A retomada exigiu investimentos de aproximadamente R$ 5,2 bilhões. O projeto incluiu a modernização das instalações, a integração com outras minas da região e a adoção de um modelo produtivo sem o uso de água, eliminando a geração de rejeitos e a necessidade de barragens.

Com a nova configuração, Capanema deve adicionar cerca de 15 milhões de toneladas por ano à produção de minério de ferro da companhia. A operação conta com 800 trabalhadores e já incorpora caminhões autônomos e soluções de reaproveitamento de material estocado em antigas pilhas de estéril.

A unidade ficou em obras por cinco anos, envolvendo cerca de 40 empresas e 6 mil empregados no pico das atividades, com prioridade para a contratação de mão de obra local.

Investimentos até 2030

A reativação de Capanema integra um plano mais amplo da Vale, que prevê R$ 67 bilhões em investimentos em Minas Gerais até 2030. Os recursos devem ser aplicados em processos de filtragem, empilhamento a seco e modernização dos cinco complexos operacionais no Estado.

A meta é reduzir de 30% para 20% a dependência de barragens, ao mesmo tempo em que amplia a produção de minério de alto teor, voltado para rotas de siderurgia com menor emissão de carbono.

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De acordo com a empresa, os aportes podem gerar R$ 440 milhões por ano em royalties e movimentar cerca de R$ 3 bilhões anuais em salários para 60 mil profissionais.

Mineração circular e coprodutos

Vale e UFMG anunciam parceria para soluções inovadoras em mineração circular
Produção de areia sustentável, um coproduto da mineração, a partir do tratamento de rejeitos na mina Brucutu (MG) – Foto: Divulgação Vale

A Vale tem reforçado práticas de mineração circular em Minas desde 2020. Parte da produção vem do reaproveitamento de estruturas em descaracterização, como pilhas de estéril e antigas barragens. Somente no primeiro semestre de 2025, foram 9 milhões de toneladas, alta de 14% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Iniciativas de coprodutos também avançam. A chamada Areia Sustentável já comercializou mais de 3 milhões de toneladas em dois anos, enquanto a Fábrica de Blocos em Itabirito transforma rejeitos em insumos para a construção civil.

Peso econômico em Minas

Segundo estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), as atividades da Vale representaram 3,5% do PIB mineiro em 2023. No período recente, o Estado respondeu por cerca de 45% da produção total de minério de ferro da companhia.

A presença da empresa também se estende a iniciativas culturais e ambientais. Entre 2020 e 2024, foram R$ 370 milhões aplicados em 335 projetos de arte e cultura em 45 municípios. No campo ambiental, a mineradora mantém 73 mil hectares de áreas preservadas no Estado, incluindo 13 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).

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