Aos 25 anos, a mineira Luísa Militão Vicente Barroso tomou posse em 2024 como juíza do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. A aprovação a coloca como a magistrada federal mais jovem em atividade no Brasil, segundo o Conselho Nacional de Justiça.
Natural de Inhapim, no leste de Minas Gerais, ela deixou a cidade aos 16 anos para estudar no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa. No ano seguinte, entrou para o curso de Direito da UFV e iniciou uma rotina que combinava graduação e preparação para concursos públicos.
Ao longo desse período, compartilhou nas redes sociais momentos da rotina de estudos, das reprovações e das estratégias que precisou ajustar até chegar ao resultado desejado.
Formação em Viçosa e primeiras aprovações
Durante a graduação, Luísa estagiou no TRF1 entre 2019 e 2020. Ela cita essa experiência como decisiva para fortalecer o desejo de seguir carreira na Justiça Federal. Antes da posse no tribunal, foi aprovada para o Ministério Público da Bahia e para a Defensoria Pública de Minas Gerais.
A nomeação para a magistratura veio em 31 de outubro de 2024, cerca de um ano e meio após o início efetivo da preparação. Em uma publicação, ela descreveu o sentimento ao receber a notícia como um reencontro com o tribunal onde havia iniciado sua trajetória profissional.

Estudo diário, mudança de cidade e rotina ajustada
Após se formar, Luísa trabalhava na Promotoria de Inhapim enquanto seguia estudando. Ela passou pelas primeiras fases de concursos no Tribunal de Justiça de São Paulo e na Polícia Civil de Minas Gerais, mas não avançou.
A partir dessas reprovações, decidiu reorganizar a rotina. Adotou oito horas diárias de estudo, distribuídas entre videoaulas e leituras, de segunda a sexta. Aos fins de semana, fazia simulados.
Apesar do ritmo intenso, manteve espaço para atividades físicas e para mudanças pessoais importantes. Nesse período, casou-se e mudou-se para Vitória da Conquista, na Bahia.
Em suas postagens, ela costumava relembrar o lema da UFV — estudar, saber, agir e vencer — como referência para manter o foco durante o processo.
Reprovações, recursos e o caminho até a posse
Parte do percurso foi marcada por frustrações. No concurso do Ministério Público da Bahia, não tinha ainda o tempo mínimo exigido de prática jurídica. O certame acabou atrasando e, três dias após completar o período necessário, conseguiu se inscrever para a etapa seguinte.
No TRF1, também enfrentou obstáculos. A prova de sentença criminal levou à eliminação por uma diferença de 0,57 ponto. Ela recorreu e o recurso foi aceito, permitindo que continuasse no processo seletivo.
Segundo descreveu, esse foi o momento mais difícil da preparação. A reprovação inicial a fez questionar se perderia a principal oportunidade da carreira. Depois do recurso aceito, seguiu para as fases seguintes até chegar à aprovação final.


