Um estudo conduzido por Tamara Teixeira, mestra em Química pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), trouxe novos elementos para o desenvolvimento de terapias contra o câncer de ovário. A pesquisa, publicada na revista Inorganic Chemistry, da American Chemical Society (ACS), avaliou compostos à base de rutênio como agentes antitumorais.
Orientado pelo professor Rodrigo de Souza Corrêa, do Departamento de Química da UFOP, o trabalho contou ainda com a colaboração de pesquisadores de São Paulo. O foco foi investigar a capacidade desses complexos de superar a resistência apresentada por células tumorais a quimioterápicos tradicionais, como a cisplatina.
Os testes mostraram que os compostos interagem com o DNA e alteram a morfologia celular, além de reduzir a densidade e inibir a formação de colônias. Ensaios laboratoriais também indicaram morte celular induzida e danos em organelas, apontando para um caminho promissor no uso de metais em novos fármacos.
Em entrevista ao jornal O Liberal Inconfidentes, Tamara destacou a importância de tornar o conhecimento científico acessível. “Fico muito feliz com esse reconhecimento e acredito que a divulgação científica é essencial para aproximar a sociedade dos avanços alcançados dentro das universidades”, afirmou.
Rodrigo Corrêa, coordenador do Laboratório de Química Estrutural e Inorgânica (LaQuEsI), reforçou que os resultados devem estimular novas investigações. “Despertam o interesse no potencial desses compostos, como novos metalofármacos à base de rutênio”, disse.
A publicação amplia a visibilidade de pesquisas desenvolvidas no Brasil e contribui para o avanço de alternativas contra doenças que ainda desafiam os tratamentos convencionais.