Se preferir, ouça a notícia:
Minas Gerais vive um momento singular no turismo internacional. Segundo dados do Observatório do Turismo da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG), 2025 já é o melhor ano da série histórica iniciada em 2018. As reservas internacionais emitidas para o período de outubro a dezembro cresceram 74%, impulsionando o estado a um novo patamar de visibilidade global.

A análise, baseada em informações da plataforma Amadeus-ForwardKeys, aponta que Minas se consolida como um dos destinos em maior expansão nas Américas, especialmente nos segmentos de cultura, natureza e bem-estar.
Cidades históricas como embaixadoras da mineiridade
No mapa da internacionalização, Ouro Preto, Mariana, Tiradentes e Diamantina aparecem como símbolos da herança barroca e da hospitalidade mineira, atuando como verdadeiras vitrines culturais. Essas cidades, que reúnem o patrimônio colonial mais preservado do país, têm atraído viajantes estrangeiros interessados em história, gastronomia e experiências autênticas.
Para a secretária de Estado de Cultura e Turismo, Bárbara Botega, esse avanço é resultado direto da valorização da cultura local e da capacidade mineira de acolher.
“Minas lidera o país em gastronomia, patrimônio histórico e acolhimento. Esses são pilares da nossa mineiridade. O reconhecimento internacional, somado ao título do Queijo Minas Artesanal como Patrimônio da Humanidade, nos projeta com vigor nos mercados estrangeiros”, afirmou.
Novos mercados e crescimento europeu
O relatório mostra que os Estados Unidos continuam como o principal emissor de turistas internacionais, com 46,2% das reservas no trimestre e crescimento de 29,1%. Em seguida aparecem Portugal, com alta de 198%, fortalecendo os laços históricos e culturais; Itália (141%); Suíça (112%); Canadá (110%) e Bélgica (157%).
A surpresa vem da Holanda, que registrou salto de 722% nas reservas. O interesse holandês tem se concentrado em experiências ligadas à natureza e ao bem-estar, setores que Minas vem promovendo fortemente em destinos como Serra do Cipó, Carrancas e Ouro Preto, onde o turismo ecológico se soma ao histórico.
Um modelo de promoção sustentável
O avanço internacional é atribuído a uma estratégia integrada de promoção e qualificação. A presença do estado em feiras de turismo, a realização de press trips internacionais, o fortalecimento das rotas culturais e gastronômicas e o trabalho de inteligência de mercado realizado pelo Observatório têm reposicionado Minas como um destino completo.
A conquista de títulos internacionais também tem papel decisivo. Belo Horizonte é reconhecida pela Unesco como Cidade Criativa da Gastronomia, e o Queijo Minas Artesanal passou a integrar o Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, o que reforça a autenticidade e a relevância global da identidade mineira.
Expansão doméstica e interiorização
O relatório também indica uma transformação no perfil do turismo doméstico. Historicamente, São Paulo era responsável por mais de 40% dos visitantes que chegavam a Minas. Em 2025, essa participação caiu para 26%, enquanto outros estados, como Alagoas, Pernambuco, Bahia e Santa Catarina, passaram a ter papel expressivo.
O caso alagoano é emblemático: o fluxo de visitantes saltou de 13 mil em 2018 para 82 mil em 2025, um crescimento de 530%. Esse avanço reflete o fortalecimento das conexões aéreas e a diversificação de campanhas de promoção voltadas a novos mercados.
Minas no mapa global do turismo
Com 35% de aumento nas chegadas domésticas e 74% nas internacionais, Minas Gerais alcança o posto de um dos principais polos turísticos do Brasil e das Américas. O estado tem se destacado por combinar três dimensões que sustentam sua imagem no exterior: cultura, natureza e bem-estar.
Cidades como Ouro Preto, Congonhas e Sabará, com seus conjuntos históricos reconhecidos pela Unesco, e destinos de ecoturismo como Serra do Cipó e São Thomé das Letras, mostram que a expansão do turismo mineiro é, acima de tudo, um reencontro com sua própria essência.