A Samarco anunciou na imprensa que deve gerar mais de 4,1 mil vagas no Espírito Santo e em Minas Gerais nos próximos anos. O movimento faz parte do plano de expansão para atingir 100% da capacidade produtiva em 2028, após a retomada gradual das operações iniciada em 2020.
Segundo a mineradora, serão 400 postos diretos ligados à operação e cerca de 3.700 trabalhadores contratados no auge das obras. O “grosso” das contratações está previsto para começar entre o fim de 2025 e o segundo semestre de 2026, período em que a companhia espera mobilizar a maior parte da mão de obra.
Funções e salários previstos
As vagas devem contemplar profissionais de nível médio, técnico e superior. Os salários médios vão variar de R$ 3,5 mil para funções de nível médio até R$ 12 mil em cargos de nível superior.
Nas obras de expansão, há expectativa de postos para mecânicos de manutenção, soldadores, operadores de máquinas, caldeireiros, montadores de estruturas metálicas, pedreiros, carpinteiros, pintores, técnicos em mecânica, técnicos em segurança do trabalho, engenheiros de segurança, meio ambiente e produção, além de programadores e almoxarifes.
Já na fase operacional, a empresa prevê a contratação de engenheiros de produção, técnicos em mecânica e eletricidade, eletricistas, operadores de linha de produção, instrumentadores e alimentadores de linha.
A Samarco informou que priorizará a contratação de profissionais locais e de grupos minorizados, política que também será aplicada às empresas terceirizadas que participarão das obras.
Impacto econômico e investimentos
O projeto de retomada pode mobilizar cerca de R$ 13 bilhões em investimentos, sendo R$ 3,5 bilhões destinados ao Complexo de Ubu, em Anchieta (ES). Outras estruturas serão reativadas em Minas Gerais, no Complexo de Germano.
Atualmente, a companhia já gera aproximadamente 5 mil empregos no Espírito Santo, entre diretos e indiretos, e anunciou que seguirá disponibilizando ônibus fretados para trabalhadores de diferentes municípios da Grande Vitória.
De acordo com o governo capixaba, a reativação das usinas terá reflexo em toda a cadeia produtiva, com impacto em transportadoras, hotéis, restaurantes, fornecedores de materiais de construção e prestadores de serviços especializados.
Produção em alta
O Mais Minas já havia noticiado que a Samarco alcançou 3,9 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério de ferro no segundo trimestre de 2025, o maior volume desde a retomada das operações. Esse resultado reforçou a meta de produzir 15 milhões de toneladas até o fim do ano, patamar considerado estratégico para consolidar a recuperação da empresa.
Com a meta de retomar 100% da capacidade instalada até 2028, a empresa prevê alcançar 27 milhões de toneladas anuais de minério de ferro. A retomada deve reposicionar a Samarco como uma das maiores geradoras de emprego e renda do setor mineral em Minas Gerais e no Espírito Santo.
Recuperação judicial encerrada
Outro ponto que viabilizou a expansão foi o encerramento do processo de recuperação judicial, iniciado em 2021 para reestruturar dívidas superiores a R$ 50 bilhões. A decisão, proferida pela Justiça de Minas Gerais, liberou a mineradora para acessar crédito e avançar em novos investimentos.
O plano aprovado com credores incluiu diferentes modalidades de pagamento e preservou os aportes à Fundação Renova, responsável pelas ações de reparação após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, em 2015.
Mesmo com o fim da recuperação judicial, a Samarco permanece obrigada a cumprir todas as medidas socioambientais pactuadas.