Apesar de pertencerem à mesma região e compartilharem bases econômicas semelhantes, os municípios de Mariana e Ouro Preto apresentaram trajetórias opostas no mercado de trabalho formal em 2025.
Dados do Painel de Informações do Novo CAGED, do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que Mariana tem no ano um saldo negativo de 1.122 empregos, enquanto Ouro Preto acumulou 2.463 novas contratações líquidas no mesmo período.

No cenário estadual, Minas Gerais manteve desempenho favorável, com saldo positivo de 164.634 postos formais, reforçando o contraste entre os dois municípios históricos da Região dos Inconfidentes.
Tabela comparativa – Emprego formal (jan-set 2025)
| Indicador | Mariana | Ouro Preto | Minas Gerais |
|---|---|---|---|
| Admissões | 10.148 | 11.424 | 2.231.122 |
| Desligamentos | 11.270 | 8.961 | 2.066.488 |
| Saldo de empregos | -1.122 | +2.463 | +164.634 |
| Estoque total de empregos | 18.676 | 21.040 | 5.074.804 |
| Setor com pior desempenho | Construção civil (-1.703) | Pequenas perdas em comércio | Comércio e serviços em alta |
| Variação relativa | -5,67% | +13,3% | +3,2% |
Construção civil derruba saldo de Mariana
O principal fator para o resultado negativo em Mariana foi o setor da construção civil, que apresentou queda de 1.703 vagas entre janeiro e setembro.
O município registrou 10.148 admissões e 11.270 desligamentos, o que resultou em retração generalizada, especialmente entre trabalhadores de ensino médio completo e com idades entre 30 e 49 anos, faixa etária que concentrou quase 70% das demissões líquidas.
Os dados indicam que as obras e contratações temporárias no setor minerário não foram suficientes para compensar o desaquecimento de outras atividades ligadas à infraestrutura e à indústria local.
Ouro Preto segue trajetória inversa
Na direção oposta, Ouro Preto apresentou crescimento contínuo do emprego formal, com 11.424 contratações e 8.961 desligamentos, resultando em saldo positivo de 2.463 vagas.
A performance foi impulsionada principalmente pelo setor de serviços e pela indústria de transformação, além de contratações no setor educacional, ligadas ao calendário universitário e a atividades de extensão da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
Segundo a análise do CAGED, os melhores meses para Ouro Preto foram maio e julho, quando o saldo de empregos ultrapassou as 600 vagas mensais.
Minas Gerais mantém saldo expressivo
Em nível estadual, Minas Gerais apresentou mais de 2,2 milhões de admissões e 2,06 milhões de desligamentos até setembro, garantindo um saldo de 164,6 mil empregos formais e um estoque superior a 5 milhões de trabalhadores.
Mesmo com oscilações pontuais, principalmente em abril e agosto, o estado manteve a terceira melhor performance nacional, atrás apenas de São Paulo e Santa Catarina.
Os dados indicam que os setores de comércio e serviços foram os principais responsáveis pelo crescimento do emprego em Minas, compensando a desaceleração da construção civil e da agropecuária em algumas regiões.












