A Agência Nacional de Mineração (ANM) distribuiu em setembro o valor de R$ 512,7 milhões referentes à Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) arrecadada em agosto de 2025. Do montante total, R$ 102,5 milhões foram destinados aos estados e ao Distrito Federal, enquanto R$ 410,2 milhões seguiram para os municípios produtores de minério em todo o país.
Minas Gerais liderou o repasse, com R$ 45.747.757,72, o equivalente a 44,6% da arrecadação estadual. O Pará ficou em segundo lugar, com pouco mais de R$ 39 milhões, confirmando a posição de destaque das duas regiões na cadeia produtiva da mineração brasileira.
Na região do Quadrilátero Ferrífero, municípios como Itabirito, Mariana, Ouro Preto e Congonhas figuram entre os maiores beneficiários da CFEM no estado.
Itabirito recebeu R$ 12.152.804,25, o que representa 3,2% do total distribuído nacionalmente. O município mantém desempenho expressivo em razão da presença de grandes mineradoras, como Vale e o Grupo Avante, e da ampliação de empreendimentos voltados à produção e ao beneficiamento de minério de ferro.
Mariana arrecadou R$ 14.945.597,91, o equivalente a 3,64% do valor nacional. A cidade segue entre os principais polos mineradores do estado, com Samarco, Cedro e Vale em operação.
Ouro Preto recebeu R$ 10.237.678,29, o que corresponde a 2,49% do total da CFEM. Além da relevância histórica e turística, o município continua sendo um importante centro de extração mineral, especialmente nos distritos de Antônio Pereira e Miguel Burnier.
Congonhas também figura entre os maiores arrecadadores, com R$ 15.175.400,06, o que representa 3,69% da cota nacional. A cidade mantém papel de destaque na produção de minério de ferro pela CSN Mineração e está entre os dez municípios brasileiros que mais receberam recursos da CFEM no mês de referência.
Somadas, as quatro cidades do Quadrilátero Ferrífero receberam mais de R$ 52 milhões, reforçando a importância da mineração na economia regional e evidenciando a dependência de receitas oriundas dos royalties minerais. Esses recursos têm papel significativo no equilíbrio das contas municipais e são aplicados em áreas como educação, obras públicas e compensações ambientais.
No cenário nacional, os municípios de Canaã dos Carajás e Parauapebas, ambos no Pará, lideraram a arrecadação, com R$ 62,6 milhões e R$ 60,6 milhões, respectivamente. Minas Gerais, por sua vez, concentrou o maior número de municípios beneficiados, especialmente na região central do estado, que continua sendo o principal eixo de produção mineral do país.
A Compensação Financeira pela Exploração Mineral é paga pelas empresas mineradoras como forma de compensar a exploração dos recursos naturais. O cálculo é feito com base no faturamento líquido da venda de minérios, e a ANM realiza o repasse mensalmente a estados, municípios e à União, seguindo os percentuais estabelecidos pela legislação vigente.
Comparação com agosto de 2024
Em comparação com o mesmo período de 2024, a arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) apresentou uma queda significativa nos quatro municípios mineiros.
De acordo com dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), Itabirito recebeu em agosto de 2024 o total de R$ 23.073.827,45, valor quase 50% superior ao registrado neste ano, que foi de R$ 12.152.804,25.
Em Ouro Preto, a queda também foi expressiva. A arrecadação passou de R$ 14.176.325,38 em agosto de 2024 para R$ 10.237.678,29 neste ano, uma diminuição de cerca de 27,8%. Apesar da redução, o município continua entre os principais beneficiários da CFEM em Minas Gerais.
Mariana registrou arrecadação de R$ 26.679.443,25 no mesmo período do ano passado, contra R$ 14.945.597,91 em 2025, o que representa uma queda aproximada de 44%. O município possui forte dependência da mineração.
Em Congonhas, o valor caiu de R$ 35.745.805,76 em agosto de 2024 para R$ 15.175.400,06 neste ano, uma diferença de 57,5%. A cidade segue entre as maiores arrecadadoras de Minas Gerais, mas a variação indica uma desaceleração pontual no ritmo de produção das mineradoras instaladas na região.
A redução da arrecadação da CFEM está associada à retração no preço médio do minério de ferro e à oscilação das exportações no período, refletindo a menor atividade produtiva no segundo semestre de 2025.

No conjunto, as quatro cidades somaram R$ 52,5 milhões em 2025, contra R$ 99,6 milhões em 2024, o que representa uma redução global de 47% na arrecadação da CFEM.















