PUBLICIDADE
Ad 11

Prefeito de Ouro Preto cobra da Vale reativação do trem turístico entre Ouro Preto e Mariana

Parado desde 2020, trem Ouro Preto–Mariana ainda não tem data para voltar
Crédito: Divulgação Vale

A inauguração da mina Capanema, em Ouro Preto, na última quinta-feira (4), foi marcada não apenas pela retomada de uma operação de mineração após 22 anos paralisada, mas também pela cobrança de uma pauta cara às cidades históricas: o retorno do trem turístico entre Ouro Preto e Mariana.

O prefeito Angelo Oswaldo, presente no evento, aproveitou a ocasião para pedir ao presidente da Vale, Gustavo Pimenta, a reativação da linha férrea desativada em 2020, durante a pandemia da Covid-19.

“Queremos a volta do Trem da Vale. Ouro Preto apresenta um crescimento espetacular do turismo e essa é uma demanda cotidiana dos moradores e turistas que sonham com a viagem no trem”, afirmou.

O prefeito de Mariana, Juliano Gonçalves, também defendeu a retomada da atividade. O trajeto de 18 quilômetros entre as duas cidades, percorrido em cerca de 45 minutos, era uma das principais atrações turísticas da região.

Em resposta, Gustavo Pimenta disse já ter viajado no trem e garantiu que a empresa vai acelerar providências para restabelecer o serviço.

“Asseguro que a Vale vai devolver às duas cidades históricas esse importante elo de ligação”, declarou.

Companhia promete acelerar providências para devolver serviço às cidades — Crédito: Marília Mesquita/PMOP

Retomada da mineração

A cerimônia contou ainda com a presença do governador Romeu Zema. A reativação da mina Capanema envolveu investimentos de R$ 5,2 bilhões e inclui um modelo de produção a seco, sem uso de barragens de rejeitos. A expectativa é que a unidade adicione 15 milhões de toneladas anuais à produção de minério de ferro da companhia.

As obras duraram cinco anos, com participação de 40 empresas e cerca de 6 mil trabalhadores no pico das atividades. Hoje, a operação emprega 800 pessoas diretamente.

PUBLICIDADE
Ad 14

Plano de investimentos

PUBLICIDADE
Ad 25

Capanema integra um pacote de R$ 67 bilhões em investimentos previstos pela Vale em Minas Gerais até 2030. O plano envolve modernização de complexos operacionais, redução do uso de barragens e ampliação da produção de minério de alto teor.

Segundo estimativas, os aportes devem gerar R$ 440 milhões por ano em royalties e movimentar cerca de R$ 3 bilhões anuais em salários.

Práticas circulares

A empresa também aposta em mineração circular, reaproveitando estruturas em descaracterização, como pilhas de estéril e antigas barragens. Apenas no primeiro semestre de 2025, foram produzidas 9 milhões de toneladas a partir desse processo, aumento de 14% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Entre os coprodutos em destaque estão a chamada Areia Sustentável, com mais de 3 milhões de toneladas comercializadas em dois anos, e a Fábrica de Blocos de Itabirito, que transforma rejeitos em insumos para a construção civil.

Impacto no Estado

Dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostram que as operações da Vale representaram 3,5% do PIB mineiro em 2023. No período recente, Minas respondeu por 45% da produção de minério de ferro da empresa.

Além da mineração, a companhia investiu R$ 370 milhões em projetos culturais no Estado entre 2020 e 2024, beneficiando 45 municípios. No campo ambiental, mantém 73 mil hectares preservados, incluindo 13 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).

COMENTÁRIOS