A Vale divulgou, no dia 21 de outubro, seu relatório de produção e vendas referente ao terceiro trimestre de 2025 com resultados que indicam um novo ciclo de crescimento. A produção de minério de ferro atingiu 94,4 milhões de toneladas, o melhor resultado desde 2018. O avanço de 3,8% em relação ao mesmo período do ano anterior reflete a eficiência do portfólio e o desempenho contínuo de projetos estratégicos.
O aumento foi sustentado por operações mais estáveis e pelo avanço de projetos de expansão em unidades mineradoras que já vinham em fase de ramp-up. O desempenho sinaliza um impacto direto nas cadeias produtivas das regiões mineradoras, com maior movimentação logística, geração de empregos indiretos e estabilidade fiscal para os municípios dependentes da mineração.
Ferro e cobre impulsionam receita
O minério de ferro segue como o carro-chefe das operações da companhia, representando a principal fonte de receita. O destaque ficou para os finos de minério de ferro, que registraram alta de 8,2% nas vendas e alcançaram 75 milhões de toneladas.
No segmento de cobre, a produção chegou a 90,8 mil toneladas, uma elevação de 6% em relação ao terceiro trimestre de 2024. O crescimento é atribuído à estabilidade operacional das minas brasileiras e ao aumento do volume de concentrado em ativos canadenses.
Já a produção de pelotas, usada na fabricação de aço de alta qualidade, teve queda de 22,8%, consequência de ajustes nas plantas e das condições do mercado internacional. Parte do insumo foi redirecionada para a venda de finos, o que contribuiu para a geração de maior valor agregado no portfólio de produtos
Níquel se mantém estável com projeção de alta
A produção de níquel totalizou 46,8 mil toneladas, mantendo estabilidade em relação ao ano anterior. O destaque foi a entrada em operação do segundo forno da unidade de Onça Puma, que ampliou a capacidade produtiva e deverá garantir crescimento nos próximos trimestres.
O desempenho também foi sustentado pela refinaria de Long Harbour, que alcançou recorde histórico de produção, compensando paradas de manutenção em outros complexos. As vendas do metal chegaram a 42,9 mil toneladas, com alta de 5,7% em relação a 2024, mesmo com preços internacionais pressionados pela menor cotação na LME.
A estabilidade na produção de níquel reforça a importância do setor na transição energética e na cadeia de fornecimento de baterias, um segmento em expansão que poderá gerar novos investimentos e empregos nas regiões mineradoras nos próximos anos
Estratégia de valor e prêmios de qualidade
O relatório indica que a Vale vem consolidando uma estratégia focada na otimização do portfólio de produtos, priorizando minério de ferro de maior qualidade e baixo teor de alumina. Essa mudança resultou em melhora nos prêmios recebidos, que atingiram US$ 2,1 por tonelada, 23,5% superiores ao mesmo trimestre do ano anterior.
O preço médio realizado do minério de ferro ficou em US$ 94,4 por tonelada, um aumento de 4,2% na comparação anual, impulsionado por produtos premium e pela recuperação da demanda asiática. Essa valorização sustenta não apenas o caixa da empresa, mas também a arrecadação de royalties e tributos destinados aos municípios mineradores.
Impactos econômicos nas regiões produtoras
O aumento da produção e das vendas da Vale tem reflexos diretos sobre a economia das regiões onde a empresa mantém suas principais operações. O crescimento da movimentação de minério, manutenção de plantas e novos projetos de expansão favorecem a recomposição de postos de trabalho e ampliam a circulação de renda local.
Além disso, o aumento na exportação e no preço médio de venda reforça as transferências via CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral), principal fonte de receita para diversos municípios mineradores. Esse fator tem potencial de reaquecer economias locais que vinham operando em ritmo mais lento desde o ciclo de desaceleração anterior.
No campo fiscal, o bom desempenho também se traduz em maior recolhimento de ISS e ICMS, impactando diretamente o orçamento público e possibilitando novos investimentos em infraestrutura urbana, educação e saúde.
Perspectivas para 2025
A Vale informou que está no limite superior do guidance de produção para o próximo ano, com expectativa de alcançar até 335 milhões de toneladas de minério de ferro, 370 mil toneladas de cobre e 175 mil toneladas de níquel.
O calendário de manutenção previsto para 2025 sugere ajustes pontuais, sem impacto relevante na operação global. O cenário positivo indica que a companhia deve continuar priorizando eficiência, sustentabilidade e ampliação de valor, fatores que consolidam a recuperação após anos de volatilidade no setor.














